Reflexões sobre as causas da miséria humana e sobre certos propósitos para eliminá-las - Resenha / Barrington Moore, Jr.


O homem tem buscado respostas aos grandes dilemas da vida e durante séculos sábios preocupam-se em responder tais questionamentos no âmbito moral, político, emocional e social, provavelmente as numerosas questões permeiam entre: por que sofremos? De onde provem o mal? O que é amor e felicidade? Questões pertinentes como estas têm gerado no cerne do ser humano propostas para amenizar as indagações e construir um futuro promissor.





No passado alguns acharam que a felicidade, por exemplo, era conquistada através do poder, pensadores como Freud, afirmavam que o ápice acontecia através da satisfação de instintos e impulsos físicos, logo prazeres artísticos e intelectuais eram meramente imitações de tal, outros acreditavam em retiros espirituais e contemplação do asceticismo2 e por último alguns filiando-se em comunidades e desenvolvendo papéis nela.
Há muito a se dizer das várias fontes da felicidade, ao contrário do sofrimento e miséria dos seres humanos, Moore afirma que “embora os seres humanos considerem difícil concordar quanto ao significado e causas da felicidade, acham muito mais fácil saber quando são infelizes” . Do ponto de vista genuíno e social, o autor discorre sobre algumas causas amplamente recorrentes da atual situação: as devastações causadas pela guerra, pobreza, doença, fome, injustiças, opressão, perseguição e desigualdades.
Salientando, que os problemas mais sérios da humanidade no passado e presente sempre foram a maneira como a sociedade se organiza, isto é, deveria basear-se no trabalho escravo ou livre, recompensa aos mais fortes e militares, em outros instantes aos que tivessem capacidades e combinações econômicas como a livre iniciativa, em outra época aos que possuíam virtudes religiosas e habilidades intelectuais.
Para tanto, as questões de grande interesse que despertaram as paixões humanas, em épocas transitórias, "tem se referido às formas de autoridade e justiça e aos propósitos da vida humana: ou seja, de que formas os seres humanos deveriam ser tratados como meio e como fins”.
Seguramente é pouco provável que os seres humanos desejam uma vida de sofrimento, pelo menos não no sentido do próprio destino, presumidamente isso levou as questões de como a sociedade deveria se organizar com o intuito de eliminar, ou pelo menos amenizar o sofrimento inútil. O que remete a ideia dos arranjos sociais cujas pessoas vivem justificadas pelo sofrimento, achando até mesmo em alguns aspectos prazerosas tais situações, o que nos leva então a refletir que qualquer sofrimento desnecessário torna-se um grande custo para o meio social.
A religião sempre foi um alvo da massa populacional de procurar sentido e entender as causas de muitos males da humanidade e sofrimento, mas historicamente sempre estamos em processo transitório de evolução e mudança, pois o homem ao entender a natureza pode modificá-la, compreendendo e explicando, por exemplo, assuntos sociais. “À medida que os homens foram ganhando controle sobre os aspectos físicos do seu meio ambiente, explicações seculares do sofrimento finalmente permearam a compreensão de assuntos sociais e políticos".
É bem verdade que com os avanços tecnológicos e científicos ajudariam, então, chegar a uma situação de eliminar em partes vários problemas sociais. De acordo com uma corrente Marxista de pensamento "a humanidade teria acabado de resolver o problema da escassez, ou pelo menos teria atingindo um grau de conhecimento técnico suficiente para resolvê-lo num curto espaço de tempo" . Há uma grande variável de traços que a condição humana apresenta em alguns aspectos, sendo um deles um fator peculiar e observável; que existe muita gente e a grande parte está faminta principalmente nas áreas economicamente atrasadas.

Comentários